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Arcanjo Miguel
Arcanjo de Luz
EXORCISMO E POSSESSÕES
1-Como a Santa Igreja identifica uma possessão verdadeira?
“A Sagrada Escritura nos ensina que os espíritos malignos, inimigos de Deus e do
homem, desenvolvem sua ação de diversas maneiras; entre elas está a obsessão
diabólica chamada também possessão diabólica. Entretanto, a obsessão diabólica
não é o modo mais freqüente como o espírito das trevas exerce sua influência. A
obsessão tem características de espetacularidade e nela o demônio se apodera, de
um certo modo, das forças e das atividades físicas da pessoa que padece a
possessão. Não pode, entretanto, apoderar-se da livre vontade do sujeito, e por
isso o demônio não pode comprometer a vontade livre da pessoa possuída até o
ponto de fazê-la pecar. Esta violência física que o diabo exerce no obsesso é
uma incitação ao pecado, que é o que o diabo busca lograr. O ritual do exorcismo
indica diversos critério e indícios que permitem chegar, com prudente certeza, à
convicção de quando se tem diante de si uma possessão diabólica. Então o
exorcista autorizado poderá realizar o solene rito do exorcismo. Entre estes
critérios encontram-se: falar ou entender muitas palavras em línguas
desconhecidas, evidenciar coisas distantes ou inclusive escondidas, demonstrar
forças além da própria condição, e isto junto com a aversão veemente a Deus, à
Virgem, aos Santos, à Cruz e às imagens santas.”
2-Após identificada, qual o próximo passo?
Vale a pena destacar que para poder realizar o exorcismo é necessária
autorização do Bispo diocesano, autorização que pode ser concedida para um caso
específico ou também de modo geral e permanente ao Sacerdote que exerce na
diocese o ministério de exorcista.
3-Como um exorcismo é realizado?
No ritual encontra-se, antes de tudo, o rito do exorcismo propriamente dito, a
ser exercitado sobre uma pessoa possessa. Seguem as orações a recitar-se
publicamente por um sacerdote, com a permissão do Bispo, quando se julga
prudentemente que existe uma influência de Satanás sobre lugares, objetos ou
pessoas, sem chegar ao estado de uma possessão própria e verdadeira. Há, além
disso, uma coleção de orações para recitar de forma privada por parte dos fiéis,
quando estes suspeitam com fundamento de estarem sujeitos ou sob influência
diabólica.
O exorcismo tem como ponto de partida a fé da Igreja, segundo a qual existem
Satanás e os outros espíritos malignos, e que sua atividade consiste em afastar
os homens do caminho da salvação. A doutrina católica nos ensina que os demônios
são anjos caídos por causa do pecado, que são espíritos de grande inteligência e
poder: "Entretanto, o poder de Satanás não é infinito. Não é mais do que uma
criatura, poderosa pelo fato de ser puramente espírito, mas sempre criatura: não
pode impedir a edificação do Reino de Deus. Embora Satanás atue no mundo por
ódio contra Deus e seu Reino em Jesus Cristo, e embora sua ação cause graves
danos de natureza espiritual e indiretamente inclusive de natureza física – em
cada homem e na sociedade, esta ação é permitida pela divina providência que com
força e doçura dirige a história do homem e do mundo. Porque Deus permite a
atividade diabólica é um grande mistério, mas "nós sabemos que em todas as
coisas Deus intervém para bem dos que o amam" (Rm 8, 28)" (Catecismo da Igreja
Católica, n. 395).
Conforme a instrução sobre o exorcismo publicada pela Congregação para a
Doutrina da Fé, cabe observar quantos aos leigos:
1. O cânon 1172 do Código de Direito Canônico declara que a ninguém é lícito
proferir exorcismo sobre pessoas possessas, a não ser que o Ordinário do lugar
tenha concedido peculiar e explícita licença para tanto (1º). Determina também
que esta licença só pode ser concedida pelo Ordinário do lugar a um presbítero
dotado de piedade, sabedoria, prudência e integridade de vida (2º). Por
conseguinte, os srs. Bispos são convidados a urgir a observância de tais
preceitos.
2. Destas prescrições, segue-se que não é lícito aos fiéis cristãos utilizar a
fórmula de exorcismo contra Satanás e os anjos apóstatas, contida no Rito que
foi publicado por ordem do Sumo Pontífice Leão XIII; muito menos lhes é lícito
aplicar o texto inteiro deste exorcismo. Os srs. Bispos tratem de admoestar os
fiéis a propósito, desde que haja necessidade.
4-Existem muitos casos anualmente?
Segundo o Padre Gabriele Amorth, um dos maiores especialistas neste assunto: “Há
quase três séculos que na Igreja católica quase não se fazem exorcismos. No
ensino acadêmico, nos últimos decênios quase nunca se fala do demônio, e muito
menos dos exorcismos. Atualmente o clero, em geral, é completamente despreparado
sobre esse tema, salvo raríssimas exceções.”
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